Governador Eduardo Riedel conseguiu um
feito histórico ruma à pacificação no campo em MS
Desde a semana passada, o governador Eduardo Riedel suspendeu sua agenda política e administrativa determinado a dar um desfecho decisivo nos conflitos indígenas no extremo sul do Estado.
Quem conversou com ele, percebeu uma tensão além dos limites em suas movimentações, principalmente depois do assassinato do indígena Neri Guarani, 23, no município de Antônio João.
Quando fatos como esses ocorrem, a imprensa adota um comportamento diverso, pois tratar o tema como se tudo fosse preto ou branco. Não há zonas cinzentas. Não há relato de contextos. O governo é o mal em sua essência o e os índios são puros e virtuosos por natureza.
A Polícia cumpre decisões judiciais e os índios lutam pela terra que, por direito ancestral são suas, não importando o longo histórico que envolve estes conflitos.
Muitos chamam o problema de "a questão palestina de Mato Grosso do Sul".
Mas o que aborreceu o governador Riedel foi um artigo da jornalista Mirian Leitão, publicado no jornal O Globo, dando um tratamento parcial e equivocado ao assunto, uma evidente fake news.
A partir deste momento, Riedel decidiu que resolveria o problema, porque não poderia permitir que essa nódoa - mais uma morte no campo - manchasse seu governo. Se a questão se adensasse seria péssimo para a imagem de sua gestão.
Conversou com o Ministro do STF Gilmar Mendes e montaram uma estratégia para encontrar uma solução - mesmo que heterodoxa - para dar fim aos impasses jurídicos, econômicos e sociais que há décadas impedem que proprietários rurais e povos indígenas possam conviver pacificamente.
O nó górdio da questão sempre foi o regramento jurídico brasileiro que impede a indenização de benfeitorias quando uma área é demarcada e homologada. Geralmente, as ações judiciais interpostas demoram anos e anos, o que acirra os conflitos e causam danos irreparáveis para todos os lados envolvidos.
De modo geral, a imprensa é muito zelosa quando morre um índio na área de conflito ou fora dela. Mas é muito tímida quando há casos de invasão de fazendas ou pequenas propriedades com ocorrência de tortura, sevícias, estupros por parte dos indígenas.
Trata-se de um problema complexo. Só com um esforço integrado das instituições é que se poderia cessar o ciclo de violência que perdura há quase um século. Não há culpados nem inocentes nessa história. Só vítimas.
O que o governador Eduardo Riedel fez foi convencer os burocratas de Brasília a fazer uma intervenção radical na forma de agir e, assim, possibilitar que os proprietários rurais fossem devidamente indenizados e as etnias indígenas ocupassem a terra reivindicada de maneira pacífica.
Até agora deu certo. O governador e o Ministro Gilmar conseguiram dar um passo histórico expressivo que servirá como parâmetro para pacificar os dois lados da contenda.
Claro que com o tempo novos problemas poderão surgir, pois a região de Antônio João que faz fronteira com o Paraguai, está atualmente sob o domínio do crime organizado, notadamente o PCC.
Mas é um começo. Um começo importante que terá repercussão ao longo do tempo. Ou seja: uma pausa para respirar e encontrar soluções consistentes e de longo prazo.