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Crescimento vertiginoso de Rose gera onda de dúvidas


As coordenações de várias campanhas para prefeito ainda não compreenderam o crescimento vertiginoso de Rose Modesto nas últimas pesquisas eleitorais divulgadas pelo IBOPE e IPEMS. 

Nos fronts de Bernal e Marquinhos hoje foi um dia de "baixo astral".

Para a maioria dos especialistas na área "a rapidez dessa subida, sem que nenhum fato que a justifique, causa certa estranheza", afirmou um especialista em marketing que prefere que seu nome não seja revelado. 

Entre jornalistas e publicitários do mercado político esse "estranhamento" é mais ou menos generalizado. 

Um deles, que trabalha com campanhas eleitorais há vários anos, disse ironicamente que "jamais um candidato dobrou a meta em menos de uma semana, como foi o caso de Rose".

Ele inclusive mostra várias pesquisas internas que confirmam o levantamento divulgado no último dia 29 de agosto pelo Datamax: Rose com 13%, dentro da margem de erro de 3% para mais ou para menos. 

"Em tempos normais, no movimento natural de crescimento, ela devia estar com 17 ou 18%", explica.

Há várias hipóteses para que ela tenha avançado para 25% e 26%, respectivamente, nas duas últimas pesquisas. 

A primeira é a margem de erro elevada, em torno de 4% e 4,9%. "Isso gera distorções, mas não explica uma subida nessa proporção", pontua um conhecido proprietário de instituto de pesquisa da cidade.

Outra possibilidade é mais trivial: compra de resultado. "O Reinaldo Azambuja em 2012 denunciou o IBOPE por ter vendido pesquisa para o Governo do Estado na época, inclusive levando para o Câmara dos Deputados proposta para a criação de uma CPI das Pesquisas", comentou. 

"Diante disso, tudo é possível, mas prefiro não imaginar que ele tenha feito isso", tergiversa. 

Além disso, de acordo com especialistas no assunto, a campanha do PSDB contratou uma empresa especialista em tracking (rastreamento, trilha, caminho) para identificar em curtos períodos qual a preferência dos eleitores por bairro ou região. 

Como há uma diferença de data entre o registro da pesquisa no TRE e a sua efetivação, é possível aferir os índices antecipados e trabalhar os locais nos dias em que o levantamento estiver sendo efetivado. 

Por exemplo: se eu posso antecipar que determinado bairro prefere o adversário - e este bairro tem peso determinante na pesquisa - concomitante à pesquisa dirijo ações de comunicação no local para reverter essa preferência. 

Para a maioria das campanhas o índice de Rose "é artificial porque foi usado um truque para maquiar os resultados da pesquisa", afirmou um publicitário. 

Para vários políticos, se Rose não apresentasse nesse momento da campanha uma preferência superior à de Bernal corria o risco de ser "abandonada" pela maioria de seus apoiadores, ressalta.

"Acho que foi uma questão de pragmatismo e sobrevivência", comenta.