1962. Dezessete anos após vencer a Segunda Guerra Mundial, o regime nazista passa por provações. Desta vez, o desafio não é enfrentar os aliados de Churchill e companhia.
Agora, o inimígo mora ao lado e às vezes usa a mesma farda. “The Man In The High Castle”, em português “O Homem do Castelo Alto” é a resposta da produtora Amazon para uma pergunta emblemática: Como seria o mundo pós-moderno com Hitler e seus comparsas no comando?
A série escrita por Philip K. Dick dá algumas pistas. Das mais previsíveis como a contínua caça a judeus, até as mais chocantes como o extermínio de idosos e deficientes físicos para reduzir as despesas do Reich com o sistema de saúde pública.
O enredo apresenta outras surpresas como um Estados Unidos fragmentado entre os integrantes do eixo: alemães e japoneses. O primeiro comanda o lado leste do território americano à partir de Nova Iorque.
O segundo estabeleceu São Francisco como a Capital do ambicioso Estado da América do Pacífico. Uma faixa estreita do lado oeste americano, que compreende as regiões da Califórnia, Washington, Ohio e Nevada.
No meio de tudo isso existe a Zona Morta, uma espécie de fosso que divide os dois pólos. Uma cordilheira que abriga cidades quase desertas habitadas por pessoas invisíveis, reacionários e caçadores de recompensas, dispostos a entregar rebeldes a nipônicos e germânicos por qualquer querela.
A série, ainda sem data de estréia no Brasil, é uma das mais procuradas nas livrarias dos grandes centros, mas está disponível apenas no idioma original (inglês). Que ninguém se espante com o enredo de Dick. A ideia de um mundo igualitário onde o ser humano precisa alcançar um estágio de perfeição é comum na mente de pessoas que defendem a ação do Estado para alcançar tal fim.
O perigo mora justamente aí: naqueles que querem “um mundo melhor”. Geralmente essa é a utopia que cria genocidas.