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Disputa eleitoral em Campo Grande antecipa 2018


O eleitor mais atento pode ter percebido ontem, durante o debate entre os candidatos Marquinho Trad e Rose Modesto, promovido pelo jornal Midiamax, que o assunto dominante não foi a cidade em si, mas o Governo do Estado e seus descaminhos. 

Vejo uma imensa frustração social com Azambuja e sua República de Maracaju. 

Se a gestão do PSDB estivesse seguindo o caminho das virtudes republicanas, não fosse truculento, tivesse uma equipe de alto nível, os candidatos (todos, sem exceção) estariam requerendo seu apoio ou fazendo um esforço para não admoestá-lo. 

Um Governo popular, que tem a simpatia da população, que forma um relativo consenso, que não precisa fazer o jogo bruto para conquistar adesões, que não persegue opositores, dificilmente precisa acirrar disputas políticas para vencer uma eleição. 

Mas Azambuja vem criando um ambiente de dissenso em função da voracidade pelo poder. 

No debate do Midiamax isso ficou evidente. 

Assistimos Rose na defensiva e Marquinhos escancarando os defeitos do Governo diante de todos. 

E o mais curioso: fazendo isso sem medo, de maneira desabrida, seguro de si.

Numa situação de normalidade, Marquinhos calcularia melhor o tom oposicionista. Mas as perspectivas de Reinaldo são tão ruins que é mais fácil e conveniente associá-lo à Rose para desgastá-la eleitoralmente. 

Governos razoáveis são preservados. Governos ruins são atacados.

Digamos que num golpe de sorte a candidata tucana vença a eleição. 

No dia seguinte, Reinaldo terá uma oposição vigorosa nas ruas porque ele apostou na cisão do eleitorado, percorrendo o caminho errático de vencer a qualquer preço. 

A República de Maracaju é arrogante. Não tem a grandeza  para levantar a bandeira branca, fazer autocrítica e pedir um tempo de paz para ver se coloca a Casa em ordem em 2017. 

Essa turma só pensa em hegemonia. Típico de governos despóticos.