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O que Athayde não pode fazer


O PPS referendou em convenção agitada o nome de Athayde Nery para a prefeitura da Capital. A cúpula do partido derrotou a tese da vereadora Luíza Ribeiro de fechar aliança com o prefeito Alcides Bernal.

Athayde tem uma imagem marcada de aderência ao poder. Qualquer que seja ele. Quem percorrer sua vida política verá um roteiro marcado por posições ambíguas e incoerentes.

Ele já esteve na oposição a vários caciques e, depois, com o passar do tempo, aderiu a eles, sempre justificando que se tratava de "alianças" estratégicas para fortalecer o partido.

Tudo bem. Ele não é o único a ter feito isso na vida, principalmente num Estado onde as relações provincianas são determinantes para a composição de interesses partidários, pessoais e familiares.

Athayde deixou o cargo de Presidente da Fundação de Cultura do Governo Azambuja para ser candidato a prefeito. Nunca deu um pio sobre as mazelas do tucanato local. Também nunca foi um propagandista entusiasmado.

Fica a dúvida: sua candidatura tem a ver com um jogo combinado com o PSDB ou se trata da tentativa de um voo solo acima das miudezas praticadas por Azambuja & Sérgio de Paula.

Ele precisa convencer a sociedade qual a sua verdade.

Se Athaydinho for apenas uma escada para Rose Modesto, servindo de boneco de ventríloquo para detonar Bernal, estará desmoralizando não só a ele mas todo o partido.

Se for para se apresentar ao eleitorado como candidato independente, com senso crítico ajustado com a realidade, mostrando que representa qualquer coisa que hoje se chama "nova política", tudo bem, vamos aplaudir a iniciativa.

Espera-se que Athayde não faça o papelão de ser joguete nas mãos de malandro.

Até o momento, essa é a imagem que está consolidada.